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É possível melhorar o que já é bom ?
O ser humano já conseguiu expressiva evolução com o desenvolvimento de ferramentas que proporcionam melhoria na qualidade de vida
O ser humano já conseguiu expressiva evolução com o desenvolvimento de ferramentas que proporcionam melhoria na qualidade de vida. No entanto, este processo nunca termina, pois sempre queremos e podemos mais.
Nesta semana, o amigo José Wilson Assunção, engenheiro civil e professor na Universidade Estadual de Maringá (UEM), convidou-me para auxiliá-lo num experimento, tema da sua tese de doutorado. De antemão, ele informou tratar-se de serviço braçal, ou seja, mexer concreto. Animadamente aceitei o desafio e lá estive com ele, seu filho e mais um colega.
Entusiasmado ele contou que, ao visitar uma empresa que fabrica postes, identificou a possibilidade de fazer produtos mais leves, o que facilitaria o manuseio dos mesmos. Gostou da ideia e assumiu o desafio, começando o experimento com substituição de parte da pedra por argila expandida, material significativamente mais leve.
Neste teste substituiu 25% do volume de pedra brita por argila expandida e com o concreto ainda verde apurou-se a redução de 11% no peso. O experimento está somente iniciando. Só conhecerei números finais como a redução do peso, dos custos e a durabilidade do produto final daqui a alguns meses, e certamente contarei para vocês num dos artigos semanais.
Conhecer o laboratório e acompanhar o desenvolvimento de um processo de pesquisa sempre foi o meu desejo, realizado graças à necessidade de mão de obra para auxiliar o amigo Wilson, ao qual agradeço o convite e a honra de participar. Durante as quatro horas da manhã daquele sábado eu não esqueci da minha profissão – contador – e fazia constantes comparações. Pesar a areia, a brita, o cimento, a argila etc., colocar na betoneira, cronometrar o tempo de mistura e de descanso, adicionar a água e outros produtos químicos, registrar tudo e analisar os resultados. Terminou? Não! Ao final, lavar todas ferramentas e começar um novo teste. Esse processo foi repetido três vezes.
O professor Wilson olhava tudo com muita atenção. Parecia uma criança que contemplava o desfecho da sua brincadeira. Às vezes parecia desanimado com o resultado, mas logo depois os olhos voltavam a brilhar e começava uma nova etapa. Perguntei se, caso a aplicação fosse aprovada, haveria meios de ele ganhar muito dinheiro. Ele disse que até poderia, mas afirmou não ser esta a sua motivação. “O que me motiva é a possibilidade de encontrar uma resposta ao problema que me desafiou.”
Naquela manhã observei a importância de estar focado no problema proposto e constatei que a motivação e a determinação facilitam o caminho ao encontro das respostas. Lembrem-se de que muitas pessoas célebres não tiveram fortunas, a exemplo de Albert Einstein e Isaac Newton, mas suas descobertas revolucionaram o mundo.
Qual é o problema a que nos dispomos aceitar o desafio de buscar a solução? Certamente todos nós temos muitos, mas vamos escolher um, o maior, e com motivação, determinação e informações, encontrar a melhor resposta. É necessário fazer, medir, registrar, avaliar e fazer outras vezes mais.
No meio empresarial contábil, um grande problema é a prática de honorários justos por alguns motivos (aceito ajuda para enumerar outras dificuldades):
. concorrentes que praticam valores muito baixos;
. desconhecimento de como apurar os custos para conhecer o lucro que o cliente gera;
. falta de vontade de investir tempo para executar os controles necessários;
. desvalorização do trabalho do contador pelo cliente.
Especificamente neste desafio estou trabalhando há cinco anos e obtive alguns bons resultados, mas falta muito para terminá-lo. Quem sabe com o acompanhamento da experiência do professor Wilson para reduzir o peso do concreto, e agora com o seu engajamento, poderemos avançar mais ainda. Especialmente se você também estiver disposto a contribuir.
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